Nossa, que blogger mudado! A princípio não gostei, tem mais botão pra clicar - e isso é chato. Vamos ao que interessa:
Essa matéria sobre o suposto alcoolismo do nosso presidente, escrita pelo jornalista do
New York Times Larry Rohter, gerou grande polêmica e está sendo assunto de diversos bate-bocas por aí. Aqui não é diferente.
Essa palhaçada toda foi uma das mais tristes que já vi envolvendo o governo. Imbecilidade tanto do Governo, quanto do sr. Rohter. Primeiro este último:
É não menos do que grande absurdo um correspondente internacional como Rohter publicar uma matéria que claramente atinge a honra de um ser humano, com o agravante deste ser o Presidente da República de um país. Mais absurdo ainda é um jornalista dos Estados Unidos, país cujo Governo após os atentados de 11 de Setembro de 2001 declarou que, para garantir a ordem e a segurança nacionais, o Pentágono e a C.I.A. estavam autorizados a impedir a publicação, editar e até (pasmem) criar notícias para divulgação à sociedade, querer questionar a liberdade de expressão no Brasil, e sentir-se lesado em seu direito. Ora, se tem algum lugar no mundo onde a liberdade de expressão é nada mais do que uma mera ilusão, se chama Estados Unidos.
Além disso, expliquem-me o porque da realização dessa matéria. Simplesmente não entendo, a não ser que tenha alguma jogada política de oposição envolvida, coisa que duvido muito.
Creio que a maioria aqui se lembra de Boris Yeltsin. Os correspontes americanos situados naquela ex-potência, detentora de poderio de destruição capaz de explodir o planeta, nunca trataram o alcoolismo evidente do Presidente russo da maneira como o suposto de Lula foi tratado. Quando citado, muito discretamente, seu alcoolismo era definido como doença, coisa séria, e não como o grande samba que está acontecendo por aqui, de enorme importância nacional. Parece até que o nosso presidente é tão poderoso, nosso país é tão poderoso, que o New York Times TEM que avisar a todo mundo do enorme risco que estamos correndo por ter um apreciador da 51 no poder.
Irresponsável parece o termo adequado para definir o comportamento do jornalista Larry Rohter ao publicar a matéria.
Quanto ao nosso Governo, maior decepção frente a esse caso, impossível. Lula aparentemente se esqueceu que ele próprio já foi vítima da repressão militar, e tomou uma ação nos mesmos moldes da antiga ditadura.
Felizmente, Brasília viu que cometeu uma grande burrada e decidiu manter o visto do repórter para que ele continuasse em solo nacional. Só que tenho a ligeira impressão que estão tentanto nos fazer de imbecis.
A tal "carta de retratação" do jornalista americano não contém retratação nenhuma, nenhum pedido de desculpas, apenas um 'sinto muito' pela repercussão da matéria e uma declaração de admiração ao presidente. Mais nada.
O problema é que o Governo precisava muito de uma desculpa para terminar o assunto, e inventaram que o jornalista pediu desculpas. Dá nojo só de olhar a cara do ministro da justiça Thomaz Bastos explicando que a carta contém sim um pedido de desculpas.
Nunca que um veículo de comunicação mega poderoso como o New York Times iria pedir desculpas por algo que publicou. Isso seria descredibilizar a empresa, dizer que aquilo que ela mostra não é a verdade. O máximo que eles fizeram foi um irônico e despeitoso convite para que Lula, quando passasse novamente por Nova Iorque, sentisse-se livre para ir até a sede do jornal conversar com a equipe editorial chefe.
Essa atitude desesperada para terminar o assunto, fecha com chave de ouro a sequência de mancadas do Governo desses dias. Uma triste volta a exemplos de censura governamental e uma triste exibição de jornalismo sem qualidade. Tsc, acho que vou ali encher a cara.
Adiós.